Autor Convidado: Eduardo Lopes

“Mas o melhor meio para alcançar a felicidade é contribuir para a felicidade dos outros”

Baden Powell of Gilwell

Não há melhor maneira para iniciar este texto do que lendo o seu título. A frase escrita por Baden Powell, fundador dos escuteiros, na última vez que se dirigiu aos mesmos, formou-me como pessoa e cidadão que hoje sou e quero ser. 

O meu nome é Eduardo Lopes, tenho 25 anos, sou de Vila Nova de Famalicão e desde cedo um sonhador esperançado na possibilidade de mudar e impactar o mundo. 

Quando tinha apenas 5 anos, entrei para os escuteiros, pela mão dos meus pais, e tive, apesar de só a entender mais tarde, o primeiro contacto com esta tão enigmática frase. 

Na altura, pouco ou nada me ficava pois, sendo um miúdo, apesar de ter alguma consciência do que me rodeava, queria era fazer jogos, ir acampar e estar com os amigos. 

Mas havia sempre algo comum a estas atividades, eu gostava de fazer os outros rir. Fosse através de um teatro, de uma anedota ou brincadeira, havia sempre algo que me fazia querer colocar um sorriso na cara da outra pessoa.

Fui crescendo e chegou o momento de entrar na Universidade. Fui para gestão na Universidade Católica Portuguesa no Porto, mas pouco me identificava com os princípios da gestão. 

Um dia, logo nos primeiros momentos na Universidade, descubro a CASO, o grupo de voluntariado da Católica e decido ir a uma sessão de apresentação. Adorei a ideia de poder fazer voluntariado regular, uma vez por semana com crianças de uma creche e por isso inscrevi-me. 

Marcou me tanto, esta experiência, que decidi ir duas vez por semana! Contrariando o que era suposto e, inclusivamente, faltando a algumas aulas. 

Mas, novamente, havia algo que me chamava à atenção, o sorriso que colocava na cara daquelas crianças. 

Dois anos passaram em que estive ligado à CASO e quis dar um salto, fazer tudo aquilo, mas em África. Levar alguma da alegria que tentava deixar todas as vezes que estava na creche, a uma população que não tivesse o mesmo acesso a estas oportunidades. Novamente, a Universidade Católica mostrou-me a preocupação que tem em formar os alunos para o espírito de solidariedade e apresentou-me o GAS’África, uma organização que faz parte da Católica e envia todos os anos, missionários para os PALOP. 

Estive 9 meses em formação, a preparar-me para ser missionário e tive o privilégio de ser selecionado para ir servir em São Tomé e Príncipe, durante 2 meses. Se Baden Powell, já me tinha mostrado que a felicidade só é real quando é partilhada, aí mostrou-me o impacto que a frase “Deixa o mundo um pouco melhor do que o encontraste” pode ter. 

Ainda hoje recebo mensagens das pessoas com quem lá estive e guardo com alegria todos os sorrisos genuínos e despreocupados que vi. 

Entre o fim da Universidade e o início da minha atividade profissional, conheci a U.DREAM. Uma organização, que tal como nos escuteiros, acredita que é possível mudar o mundo e o faz através dos jovens universitários.  Formando-os para serem líderes sociais, para serem pessoas preocupadas com o mundo que as rodeia e atentas ás necessidades do próximo. 

Na U.DREAM, pude crescer como pessoa, como futuro profissional e acima de tudo, mudar o mundo. 

Mudar o mundo da Diana, a criança que ajudei a realizar o sonho de ter terapias numa instituição adaptada as suas necessidades e que hoje, apesar de já não estar cá, guardo com carinho e mantenho proximidade com a sua família. 

E foi também a U.DREAM que me mostrou que eu podia utilizar a Gestão para aquilo que eu gostava realmente de fazer, fazer os outros felizes. 

Eis que a Universidade acaba e uma pergunta me é colocada “E agora? O que vou fazer? Tantos anos a ter tempo para impactar o outro de forma direta, e muitas vezes deixar a responsabilidade académica de lado e focar-me no social, como vou poder conciliar isto no mercado de trabalho?” Creio que tive a maior sorte de todas e algo mágico aconteceu. Lembram-se da CASO? Pois, a Universidade que me tinha formado como gestor de recursos humanos e como cidadão, estava a recrutar uma pessoa para trabalhar na CASO, a organização da qual tinha feito parte. 

E aí estou até hoje. Com a possibilidade direta de formar jovens universitários para o impacto social e solidariedade, como me formaram a mim. 

Não sei o que me reserva o futuro, mas sei que aquilo que me motivava há uns anos, continua a ser o que me motiva hoje. 

Seja hoje a impactar estudantes ou no futuro, através de uma empresa, potenciando os colaboradores e trabalhando no seu bem-estar.  

Termino com a mesma realidade que comecei, os escuteiros. Desta vez recorrendo à “oração do Escuta”, que reflecte este esprito de serviço, e que, na minha opinião é um bom guia de como ser bom cidadão para crentes e não crentes, para estudantes e para trabalhadores, resumindo bem o que nos motiva a todos para agir e deixar o mundo, um pouco melhor. 

“Senhor Jesus | Ensinai-me a ser generoso | A servir-Vos como Vós o mereceis | A dar-me sem medida | E a combater sem cuidar das feridas | A trabalhar sem procurar descanso | E a gastar-me sem esperar outra recompensa | Senão saber que faço a Vossa vontade santa. | Ámen.”

 #SociedadePortugal; #AutoresConvidados; #Voluntariado

Publicado por Hugo Barbosa

Empenhado em deixar o mundo um pouco melhor do que o encontrei!

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