Nasceu no domingo de forma quase clandestina… para nos acordar com estrondo na segunda-feira de manhã…
12 dos clubes de futebol, mais ricos do mundo, juntavam-se para cortar as amarras com a UEFA e montar a sua própria competição internacional…

Uma competição que não os obrigasse à maçada de ter de jogar contra clubes pequenos… que os poupasse à vergonha de perder contra eles… e que lhes assegurasse ainda mais dinheiro para se tornarem ainda maiores, e cavarem, ainda mais, o fosso entre eles e os demais clubes de futebol!
Uma competição na qual teriam estatuto de “clube fundador” que lhes assegurava um “livre passe” vitalício entre os que estavam autorizados a serem ricos!
Uma competição onde os outros clubes podiam sonhar participar, um ou outro ano, em que os doze, num gesto de magnificência, os resolvessem convidar!… Como quando os Senhores de outros tempos, convidavam algum vassalo reservando-lhe, claro está, um espaço na copa… junto com os empregados!…
A UEFA e a FIFA reagiram de imediato, como aliás se impunha… ameaçando retirar estes clubes das suas competições, assim como os seus jogadores das competições entre seleções nacionais…
Mas quem é a UEFA para meter medo aos doze?… Ninguém, como é bom de ver… de modo que nenhumas destas ameaças os parecia demover… ao contrário… seguiram impávidos defendendo o seu direito de não convivência com clubes que não lhes assegurem uma alta procura de bilhetes e um alto preço pelos direitos televisivos!
À cabeça da iniciativa estava Florentino Perez… talvez o dirigente desportivo que, individualmente, mais terá contribuido para os números pornográficos do negócio do futebol!…
Mas o problema do modelo de Florentino é a voracidade com que foi esgotando a capacidade de continuar a gastar mais e mais de ano para ano… mais ainda quando, em tempo de pandemia, os estádios se esvaziaram e os patrocinadores começaram a recuar!
Só que Florentino não sabe recuar… e num gesto que lhe parecia genial, pensou que se o problema é haver menos dinheiro, a solução passa por dividi-lo por menos clubes… e os outros que se amanhem!
Assim como se construísse um “mundo restrito” onde se concentram os recursos e fora do qual, os outros, teriam de viver com os despojos que sobrassem!…
Nada de novo… ou não fosse velha a tentação, tantas vezes observada em algumas pseudoelites que conjugam a presença abundante do vil metal, com a ausência de cérebro e humanidade…
Como se atreveram?
Não sabiam eles que o futebol não é seu… mas daqueles que se sacrificam, assim como aos seus, para comprarem o seu lugar anual e sustentarem a sua ignomínia?
Acaso se esqueceram a quem teriam de prestar as contas?
Felizmente que foram os adeptos a derrotar este projecto vergonhoso… e não digo isto porque recuse o negócio do futebol… mas porque há limites… convenhamos!
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One thought on “A Super-Liga da vergonha!”