Um dos temas sobre os quais mais gosto de escrever é sobre gestão de carreira!… Não porque, eu próprio, o tenha feito sempre bem… mas, precisamente, porque a minha experiencia, feita de avanços e recuos, me tem permitido ajudar muitas pessoas no planeamento dos seus próprios percursos profissionais!…

Este é, por isso, um tema bastante recorrente neste Blog… porque acredito que ao fazê-lo posso, talvez, servir mais pessoas para além daqueles com quem trabalho ou com quem mantenho uma relação de “mentoring”!
Assim, no texto “A única forma de ganhar sempre é… não competir nunca!”, publicado a 26 de Novembro, falei-vos da importância da competição para a superação pessoal, e de como competir e colaborar são dois conceitos perfeitamente compatíveis!
Mais tarde, em 4 de Fevereiro, apresentei-vos a minha “Caixa de ferramentas para o êxito” e os 6 passos que procuro seguir com os meus “mentees” neste caminho de descoberta pessoal.
Umas semanas depois, a 25 do mesmo mês, expliquei-vos porque basear a escolha do “próximo passo” no chefe com quem se quer trabalhar pode ser uma má estratégia em “Não escolhas o teu Chefe… escolhe antes o teu propósito!”
Precisamente um mês depois explicava que “Ter sucesso não é chegar ao topo da montanha… mas disfrutar ao subir a escarpa!”…
E hoje… hoje, decidi voltar a este tema para vos falar de dois novos elementos, que considero fundamentais, na construção do nosso percurso profissional: a consistência e a intencionalidade! Vejamos, então, um a um:
- Consistência:
Nenhum percurso sustentado pode ser construído sem bons alicerces!…
Uma parte significativa dos jovens chega, hoje, ao mercado de trabalho com níveis de qualificação, por vezes, mais altos do que as pessoas para as quais vão trabalhar.
Uma parte significativa dos jovens chega, hoje, ao mercado de trabalho com altos níveis de ambição e expectativas de crescimento rápido.
E nenhuma destas realidades é má!… Ao contrário… qualificações e ambição, são elementos muito positivos e que deveriam ser sempre cultivados por quem tem a oportunidade de se cruzar com estes jovens!
No entanto, se estes elementos são ingredientes fundamentais para que uma pessoa tenha a motivação de dar o “Extra Mille” em busca da sua visão de futuro… elas não são suficientes para assegurar o êxito à medida que esta visão se comece a concretizar!
Assim, a paciência é um elemento que necessita de ser introduzido para que este caminho se possa fazer de forma consistente.
Não uma paciência passiva de quem está à espera!… Mas uma paciência pro-activa de quem sabe que cada passo a mais, fará sentido sempre e quando as aprendizagens e competências do passo anterior se tenham consolidado.
Para isso é necessário dar tempo para que se tenham tido êxitos e fracassos… vitorias e derrotas… alegrias e frustrações!… É necessário não apenas dar tempo para que se tomem decisões difíceis, mas também para que se tenha de viver com as decisões que se tomaram!
Carreiras “fast track”… que não permitiram este tipo de consistência, produzem, não raras vezes, profissionais com uma ideia de infalibilidade perigosa… e lideres sem capacidade para entender os fracassos das suas equipas e de desenvolver as suas pessoas!
Este é, por isso, um caminho que procuro que não seja seguido pelos meus “mentees” da mesma forma que não o quero para mim! Por muito que, por vezes, a promessa de “andar mais depressa” possa parecer muito sedutora!
- Intencionalidade:
Mas se a consistência requer alguma paciência… esta não pode significar que não sejamos intencionais em cada passo! Ao contrário, precisamente porque introduzimos este elemento da paciência, a intencionalidade é fundamental… para que cada passo se dê no momento certo…
Por intencionalidade refiro-me á definição, no momento inicial de cada passo, sobre qual é o ponto de chegada!… Isto é… definir á partida… qual é o indicador… qual o sinal… de que a minha tarefa nesta posição está feita!…
Um dia, em 2015, quando cheguei a Basileia para a minha primeira função internacional, um dos “Senior Managers”da unidade para onde fui trabalhar, fez-me uma pergunta que me desconcertou… foi assim: “Hugo, vejo que estás muito empenhado em aprender a tua nova função e em saber o que esperam de ti na mesma, mas já decidiste a marca que queres deixar quando te fores embora daqui?”
Naquele momento, aquela pergunta parecia-me quase absurda… como podia ele esperar que eu já tivesse definido tal coisa!… no entanto aquela pergunta ficou-me na cabeça toda a tarde e toda a noite… de tal modo que no dia seguinte cheguei ao escritório e procurei-o para a entender melhor!…
Desde então aprendi a cedo “dar intenção” a cada uma das funções que assumo… para o fazer é necessário compreender o que me pede a organização e de que modo essa missão se entrecruza com os meus valores e o “meu modo de fazer”!…
Com base neste cruzamento alinho esta “intenção” em dois eixos fundamentais: um eixo centrado na função propriamente dita e outro na equipa e nas pessoas!
O primeiro corresponde a uma definição da minha própria forma de ver a função e de como a quero fazer evoluir… O segundo corresponde ao meu propósito de ajudar a equipa, e cada umas das pessoas que comigo vão trabalhar e crescer ao longo do caminho!
Esta definição ajuda-me, assim, a saber para onde quero ir… fazendo muito mais eficaz no meu trabalho… mas ajuda-me, sobretudo, a saber quando cheguei… ou seja… quando é chegada a altura de procurar uma nova “intenção” seja na mesma posição ou na seguinte!
Assim, se a consistência nos assegura os alicerces para uma carreira sustentada… a intencionalidade ajuda-nos a ter foco e a entender quando chegou a altura de partir para uma nova aventura!… Juntas permitem que o caminho se faça andando, de forma segura… sem pressas, mas com ritmo… rumo à concretização dos nossos objectivos!
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#SociedadePortugal; #Mentoring; #CareerPlanning
Olá Hugo, obrigado pela partilha!
Abraço.
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