Quando, há cerca de ano e meio, a pandemia causada pelo vírus do SARS-COVII assolou as nossas vidas, o mundo, tal como o conhecíamos acabou!…
De repente, um organismo microscópico alterou de forma indelével o nosso conceito de normalidade e, de um dia para o outro, muito daquilo que tínhamos como certo foi colocado em causa…
As reuniões familiares… os abraços… os jantares de amigos… a visita aos nossos avós… as aulas… os casamentos… os baptizados… até mesmo as despedidas daqueles que foram partindo!…
Quem poderia prever uma coisa destas!…
E, no entanto, assim aconteceu… e durante longos meses assim temos vivido a aceitação de uma liberdade coartada em prol de um combate sanitário que se sobrepôs a tudo o resto!…
E tinha mesmo de ser assim… não tenho dúvidas! Já que a alternativa seria viver num contexto de guerra, com hospitais colapsados, morgues lotadas e agências funerárias sem capacidade para lidar com todos os mortos!…
Estivemos muito perto disto mesmo!…
Não podemos esquecer as imagens do pavilhão de hóquei em gelo transformado numa morgue gigante na capital da vizinha Espanha1!… Assim como não podemos deixar de nos sentir interpelados pelas imagens de valas comuns vindas de outras paragens mais ou menos longincuas.2,3,4,5
E assim nos fomos ajustando e encontrando formas de viver no respeito por esta batalha que foi, e continua a ser de todos!…
E tão bem o fizemos que, no momento em que começamos a vislumbrar uma luz ao fundo deste túnel, nos inteiramos de que muitas das mudanças, que efectuamos á força, se irão manter na nova normalidade que imergirá das cinzas!.

Destas o teletrabalho surge em lugar de grande destaque!…
É verdade!…
Se há coisa que a pandemia nos ensinou foi que é possível trabalhar e ser produtivo… em alguns casos mais produtivo… trabalhando a partir de nossas casas.
E de tal maneira estas novas modalidades de trabalho ganharam adeptos que hoje muitas pessoas não querem voltar à situação anterior de 5 dias por semana nas empresas!…
Na verdade, num trabalho de José Maria Barrero, Nicholas Bloom e Steven J. Davis da Universidade de Chicago e do Becker Friedman Institute6, mais de 50% dos trabalhadores americanos pretendem continuar a teletrabalhar pelo menos 2 dias semanais e cerca de 30% gostaria de se manter neste regime durante os 5 dias da semana.
Esta é, pois, uma realidade para a qual as empresas terão de se preparar… Uma realidade que comtempla uma diversidade de opções entre trabalho em casa, trabalho no escritório e trabalho misto!…
E existem basicamente 3 opções que se podem seguir:
- A empresa decide manter teletrabalho para todos.
- A empresa decide voltar ao trabalho presencial no escritório.
- A empresa deixa liberdade aos colaboradores para decidirem onde querem trabalhar a cada momento.
As primeiras duas são opções, mais “Top Down”, podem ou não ser justificadas pela natureza do trabalho, mas que são de mais fácil gestão porque supõe que todos os colaboradores (ou pelo menos a sua generalidade) estarão a trabalhar no mesmo contexto e, portanto, sujeitos os mesmos desafios aos quais a empresa pode dedicar esforços de mitigação bastante dirigidos.
Já a terceira, que é na realidade a minha favorita, parece bastante mais conforme aos actuais modelos de gestão e motivação de pessoas, mas encerra em si um nível de complexidade que é necessário que as empresas tenham em linha de conta.
Assim, as empresas que tiverem esta coragem, terão de estar preparadas para lidar com uma força de trabalho híbrida e flutuante, que exigirá modelos de colaboração mais elásticos e complexos e que colocará na responsabilidade individual, uma parte importante da sua capacidade de produzir resultados!
Mas este é um esforço que creio merecer a pena!…
Desde logo porque sendo uma estratégia inclusiva ela proporciona diversidade e colaboração… assim impulsionando a criatividade e a inovação… e condicionando, de forma positiva, a atracção e retenção de talento.
Pessoas felizes produzem bons resultados… este é o princípio… esta é a minha convicção!
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- https://www.jn.pt/mundo/madrid-transforma-pista-de-patinagem-sobre-gelo-em-morgue-para-receber-vitimas-de-covid-19–11973357.html
- https://pt.euronews.com/2020/04/22/hospitais-saturados-e-valas-comuns-para-enterrar-vitimas-da-covid-19
- https://www.bbc.com/portuguese/internacional-57173639
- https://pt.euronews.com/2021/05/06/as-valas-comuns-de-iquitos
- https://www.bbc.com/portuguese/internacional-52242064
- https://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=3741644#