Obrigada Hugo pelo convite para fazer parte deste grupo tão particular de pessoas com uma vivência destemida e capazes de partilhas maravilhosas. Sendo bem-vinda aqui é engraçado iniciar a minha participação com este tema que trago. Vamos a isso!
Não sou bem-vinda por todos!
Cheguei a pensar que o problema era eu! Ou pelo menos parte dele….
Tenho por hábito reflectir enquanto conduzo e aproveito esses momentos para analisar o meu dia, o que corre bem e menos bem. O tema foi muitas vezes o mesmo! Dificuldades com resistências à mudança!

Haveria uma fórmula de implementação da mudança que agradasse a todos? O que terei que fazer para motivar aqueles que estão reticentes? Terei errado na abordagem? Estou a ir depressa demais? Terei que dar mais apoio? Mas afinal o que se passa? O que poderei fazer? Porque razão uns estão empenhados, motivados e comprometidos no processo e outros não?
Bem, estas são apenas algumas questões que colocava a mim mesma e tentava descobrir métodos e formas de agradar a todos nos processos de mudança que felizmente sempre fizeram parte do meu percurso profissional.
Na verdade, estava tão empenhada em eliminar os atritos e desafios causados pelos processos que me estava a esquecer de analisar de uma forma mais racional … afinal onde cabe aqui o ditado: NÃO SE PODE AGRADAR A GREGOS E TROIANOS? Ou simplificando: Não se consegue agradar a todos!
A resistência faz parte dos processos de mudança! SEMPRE! E sim, NUNCA serei capaz de agradar a todos.
Todo este processo (interior) de procura da melhor forma, no fundo, estava-me a limitar de uma visão global da questão. Então resolvi assumir o inevitável!
Eu não seria bem-vinda por todos, a resistência é perfeitamente natural e normal e mais ainda, geralmente há sempre quem “caia” no processo.
Efectivamente, por várias razões as mudanças não são para todos e assumir isso fez de mim uma profissional diferente.
Enquanto estava preocupada em agradar e fazer com que todos caminhassem no mesmo sentido, agora eu sei o que me espera (e vai sempre acontecer).
Consigo identificar 3 tipos de pessoas que vão dificultar a mudança:
🐺 as pessoas que não querem fazer parte da solução e são elas a sair;
🐺 as pessoas que dizem não gostar da mudança, são resistentes, mas estão abertas, com o tempo passam a contribuir e fazer parte do processo, tornando-se em elementos importantes na equipa;
🐺 as pessoas que não querem fazer parte da mudança, mas ocultam essa informação. Agem e falam como parte da solução, mas minam o processo e a equipa;
Este último tipo é o pior, é o mais difícil de lidar e descobrir, age pela “calada” e consegue influenciar outros elementos.
Como tenho um sentido muito apurado, geralmente são estes que eu identifico primeiro.
Bem, entramos agora num assunto polémico e que cria bastantes opiniões. O que fazer com estas pessoas?
Eu não as quero na equipa.
Assim como não sou bem-vinda por todos, também não dou as boas vindas a todos, se não é para ajudar não quero quem atrapalhe.
Ora vejamos, uma coisa é trabalhar e ajudar as pessoas a desenvolverem a sua capacidade de aceitar a mudança e apoiar os que, pelas suas características têm mais desafios em encarar um processo que lhes dá desconforto e lhes retira algum controlo, eu aceito e aprendi a respeitar e a estar presente para elas.
Mas neste caso, falamos de uma situação completamente diferente, são pessoas que não estão dispostas a fazer parte da mudança, mas pior, fazem tudo para sabotar o trabalho se uma equipa/organização.
Acrescento, já estive a liderar processos que apenas uma pessoa, foi capaz de tornar inviável um grande processo de mudança de forma integrada e com um investimento de milhares de euros.
Quando acontece? Principalmente quando a cultura e hierarquia de topo não tem estrutura para sustentar um processo de mudança! Temos que ter uma cultura de exemplo! Não se pode deixar cair um processo determinante para a empresa por elementos que não estão dispostos a fazer parte.
Há um pressuposto que faço questão de falar com os meus clientes antes de iniciar qualquer processo: Prepare-se para perder pessoas!
Eu estou preparada para isso e muito mais!
Conscientemente sempre soube que a minha tentativa de agradar a todos era uma visão impossível, mas quem não tem no seu percurso umas ilusões loucas ou menos loucas?
Felizmente a minha durou pouco mas serviu para me tornar numa pessoa mais consciente e atenta a todos.
Esta procura de agradar, trabalhar com equipas perfeitas, motivadas e com características que eu admirava levou-me a desenvolver algumas capacidades, com ajuda de algumas ferramentas de forma a apreciar cada vez mais equipas com pessoas de diferentes personalidades, motivações e visões, mas que no seu todo se complementam e tornam a equipa mais funcional, equilibrada e produtiva.
Hoje sou uma pessoa muito mais atenta às características dos outros, de forma a potenciar, ajudar a desenvolver e usar as suas capacidades naturais de cada um. Procuro apoiar mais quem se sente desconfortável com as mudanças, ouvindo e compreendendo.
Sabem o que é quase certo no processo de mudança?
Não vou agradar a todos!
Vai haver sempre quem não esteja aberto à mudança!
Alguém vai “cair”!
Eu aprendo sempre muito!
É sempre gratificante!
É sempre desafiante!
Ainda se lembram em como iniciei este tema?
Quando pensava que o problema seria eu e me questionava?
Na verdade, todos temos responsabilidade!
Cada um de nós, pelas decisões e escolhas que faz toma determinada posição face ao processo de mudança, se estivermos abertos e interessados vamos sempre encontrar pontos de melhoria.
As consequências?
Essas vão sempre estar relacionadas com as nossas escolhas.
A vida é feita de escolhas!
O Sucesso é Simples!
Lisboa, 15 de Abril de 2022
Sandra Oliveira
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#SociedadePortugal; #FemaleLeadership; #Transformation; #Perform&Transform
Muito verdade!
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Excelente reflexão. Esta questão da mudança e resistência a ela surgiu na altura que partilhava a sala de aula com o Hugo… e que aprendizagem foram aqueles 3 anos sobre mudança!
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Coisa que superaste com distinção!
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Obrigado, felizmente tive muitas pessoas que me deram muito sem me aperceber na altura. Desde colegas, a professores e às muitas experiências 😁
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